quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Exploração Racional e Sustentável das Florestas


Segundo a agência "O Globo", publicada em 22/09/2007, o Governo Federal abre licitação para 90 mil hectares da floresta amazônica.A primeira licitação de trechos da floresta será explorada por grupo privado durante até 40 anos e será de uma área de 90 mil hectares no estado de Rondônia. A região pertence à Floresta Nacional de Jamari, uma unidade de conservação de 220 mil hectares de extensão, disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, num ato oficial em Brasília. Haverá licitação de iniciativa do Ministério do Meio Ambiente e do Serviço Florestal Brasileiro, criado em março com esse objetivo. A exploração prevê o manejo sustentável, o que significa "retirar uma quantidade de produtos que não prejudique sua recuperação". O arrematante poderá explorar madeira e outros produtos, como frutas, sementes, resinas e óleos. Também será permitido desenvolver atividades de serviços, como turismo ecológico, explicou o Ministério. O governo explica que vai considerar as ofertas de acordo com o maior benefício social, menor impacto ambiental, maior eficiência, menor número de árvores danificadas e geração do maior número de empregos diretos. O projeto será dividido em diversas unidades diferentes,lotes de pequeno, médio e grande porte, que serão licitadas separadamente e com regras diferentes, para que produtores de diferentes escalas tenham acesso ao programa. Cada unidade de manejo terá um vencedor diferente. A reserva de Jamari foi escolhida porque está localizada numa área fortemente pressionada pelo desmatamento. O resto da reserva é dedicado a uso comunitário, à mineração e à "conservação integral", segundo o governo. Trata-se, ao que parece, de uma guinada na ótica então pronunciada pelo Ministério de Marina Silva. Em vez do combate intransigente às derrubadas e queimadas, enfrentamento inteligente através de medidas que contam com apoio do empresariado. Em vez das batalhas perdidas, uma aliança estratégica com o capital, até então tratado como inimigo.O Ministério do Meio Ambiente passa a entender que o lucro é mola propulsora de atividades na sociedade, capaz de mudar a geografia para o bem ou para o mal. A nova posição tomada pela Ministra, colocando do lado da luta pela preservação os empresário, mostra que há reconhecimento de que esses são grandes interessados no manejo sustentável. Só assim é que a sustentabilidade passa a ser uma palavra pronunciada com efeitos concretos, deixando as páginas das apostilas acadêmicas e das teses de doutorado para salvar a amazônia.*Vitório de Campos é jornalista e consultor do IDAA - Instituto de Direito AgroAmbiental

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